quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O ADVENTO



ADVENTO: “aquele que vem”

Para os cristãos, o advento é a época de preparação para receber quem está por vir, ou seja o Cristo.

Por isso, antecede ao Natal e começa a ser vivenciado 4 semanas antes da comemoração do Natal, nos 4 domingos anteriores à data.

É uma época de introspecção, de ter a oportunidade de ver como somos e nos prepararmos para o SER que virá. Este ser pode ser associado ao Cristo em nós, ou seja o contato com o nosso Ser Essencial.

É a preparação do nosso espírito para que a entidade de amor, o Cristo, possa nascer em nossos corações.

O desafio está em ficar presente para que todo o barulho e correria que antecede o Natal, tais como as compras, preparação da ceia não nos levem para "fora" e tirem toda a nossa energia vital, necessária para nos re-ligar à nossa fonte divina.

Os barulhos também são os nossos pensamentos, a pressão do dia a dia, o trânsito, nossa forma automática de agir no mundo.

Meu convite é que você se dê a oportunidade de reservar um tempo para ficar em silêncio, contemplar o céu, acender uma vela, com o intuito de se reconectar com você mesmo. Não é necessário ser cristão para isso, pois aqui a mensagem é a o de se reconectar com o Ser de amor que vive dentro de cada um de nós.

A vela é o símbolo da luz que brilha para todos, de maneira igual. Traz a luz e o calor : a luz que ilumina a mente dos homens e o calor que aquece os seus corações.

Que essa luz possa ser o farol para esse "Novo Homem" que a cada momento podemos nos tornar.

Trecho da Pedra Fundamental (Rudolf Steiner)


Na transição dos tempos
Entrou luz espiritual universal
No terrestre caudal dos seres;
Treva noturna  
Deixara de imperar,
Clara luz diurna 
Irradiou em almas humanas;
Luz,
 Que aquece 
Os pobres corações de pastores;
Luz, 
Que ilumina 
As sábias cabeças de reis.

Luz divina,
Cristo-Sol!
Aquece 
Nossos corações
Ilumina 
Nossas cabeças;
Que seja para o bem 
O que nós queremos
A partir dos corações fundar;
O que nós queremos
A partir das cabeças guiar.


(texto inspirado em leituras do site festas cristãs)





sábado, 1 de dezembro de 2012

A CANÇÃO DOS HOMENS

"Quando uma mulher de certa tribo da África sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres, e juntas rezam e meditam até que aparece ” A canção da criança”.

Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam sua canção. Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe canta a sua canção. Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta. Quando chega o momento de seu casamento, a pessoa escuta sua canção.

Finalmente, quando a sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, como em seu nascimento, cantam sua canção para acompanhá-la na “viagem”.

Nesta tribo da África, tem outra ocasião na qual os homens cantam a canção. Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, levam-no até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam “sua canção.”

A tribo reconhece que a correção para as condutas antisociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade. Quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejo nem necessidade de prejudicar ninguém.

Teus amigos conhecem a “tua canção”. E a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes, ou as escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quanto te sentes feio, tua totalidade quando estás quebrado, tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso.

Tolba Phanem"


Esse lindo texto me fez parar para pensar o quanto muitas vezes estou desconectada da minha própria canção, ou ainda, da canção do outro. Acredito que a melhor forma de ouvir a nossa canção e simplesmente parar e "ouvir" os nossos sentimentos. O que eles querem nos contar de nós mesmos? Encaro como se fosse uma passagem para um caminho interior. Pegar o "fio da meada" desse sentimento e, com coragem, ir em busca de nós mesmos, da nossa canção.

E com o outro? Como podemos fazer? Creio que se partirmos da premissa que cada um de nós tem a sua canção, que é única, perfeita porque traduz quem somos realmente, aquele ato "ruim" que a pessoa possa ter cometido será encarado como um ato e não como a pessoa inteira. Podemos aceitar e amar a pessoa e condenar seu ato. São coisas diferentes! Se exercitarmos isso, olharemos outro (e a nós mesmos) com a magnitude que ele é e não o reduziremos a uma atitude que possa ter cometido. Se fizermos o contrário, é como acreditar que a canção é composta por uma nota tocada apenas uma vez, que inclusive pode estar desafinada...Qual é a canção composta assim? 
Meu convite é que você entre em contato com a sua própria canção! Experimente: pode ser um texto que flua, uma imagem, uma música. E que ela seja a sua referência em todos os ritos de passagem e, principalmente, naqueles momentos que nós afastam de quem realmente somos!